sábado, 14 de setembro de 2013

... Frases que nos dizem (corpo exposto) EXATAMENTE O QUE MINHA FILHA DESABAFA COMIGO. PERFEITO.

MAY 28, 2012

... Frases que nos dizem (corpo exposto)



(…) as  pessoas geralmente têm ideias erradas sobre as doenças do comportamento alimentar e  pensam que sabem o que são essas doenças com base no que  vêem nos meios de comunicação (…)
Encontrei num blogue (original e em inglês aqui) o seguinte post de que apresento tradução adaptada:
Desde os meus  15 anos que tive familiares e amigos que me deram dicas e conselhos sobre como "melhorar", bem como dizer as coisas que eram apenas totalmente tolas e despropositadas  Aqui estão algumas ‘perolas’:
"Ela não tem anorexia, eu vi-a a comer um gelado." (Amigo)
"Não precisa ir a um médico, eu sei o que é saudável para para a sua alimentação." (Pai)
"És a raparigra mais magra que eu conheço, não precisas de fazer dieta." (Amigo)
"Podias comer um monte de hamburgers  para ganhar peso." (Pai)
"Então, parece que estás a ir para um festival/acampamento  de verão." (Irmão em relação à minha ao meu internamento para tratamento)
"Da próxima vez, tente e não comer o pacote inteiro da  manteiga." (Pai)
"É apenas uma fase. Eu vomitei  o que comi uma ou duas vezes. Todos temos  feito isso." (Amigo)
“Espero que percebas quanto me está a custar pagar ao terapeuta/médico” (Pai)
"Comeu a caixa inteira de donuts? CREDO!" (Pai depois que eu tentei ser honesta sobre uma compulsão)
"Estes são para a família, pode tentar não comer todos?" (Pai depois de comprar um pacote  de bolachas de chocolate)
"Parece que ela ganhou algum peso!" (Depois de voltar para casa de visitar o meu irmão por uma semana.)
"Foi para algum rapaz?" (Uma amiga a perguntar-me a razão da anorexia)
"Perdeu os  seios?" (Depois de contar a um amigo que eu era anoréxica.)
"Não és assim tão magra." (Depois de contar a alguém que estava em tratamento da anorexia.)
"Ela não parece ter anorexia." (É uma longa história - quando a minha mãe morreu, o meu pai tentou entrar num desses programas em que se ‘contactam’ os  entes queridos falecidos . O meu pai fez questão de dizer do show que eu tive anorexia e uma pessoa do show fez esse comentário . )
"Tu não és gorda." (TODOS  na face do Mundo)
Eu tenho certeza que  existem muitas mais frases. Sinta-se livre para partilhar as ‘suas’…
Imagem retirada do album do escultor:RON MUECK
http://www.facebook.com/?ref=logo#!/photo.php?fbid=9485502013&set=a.9466057013.19903.9465677013&type=3&theater

Amy Winehouse morreu "devido à bulimia"

Alex Winehouse, irmão da cantora, afirma que drogas não foram responsáveis diretas pela morte da irmã.



Cantora inglesa sofria de bulimia desde os 17 anos


O irmão de cantora britânica Amy Winehouse deu uma entrevista para um dos suplementos do semanário Observer, na qual afirma que a irmã não morreu pelos abusos consecutivos de álcool e drogas, mas sim devido à bulimia, doença que enfrentava desde os 17 anos.
Alex Winehouse não descartou, porém, que o consumo de substâncias tóxicas pudesse vir a tirar a vida de Amy. "Mais tarde ou mais cedo ela viria a morrer se persistisse no caminho que levava."
Segundo Alex, a bulimia deixava Amy ainda mais vulnerável aos perigos dos estupefacientes.

"Se ela não tivesse sofrido desse transtorno alimentar, estaria fisicamente muito mais forte para enfrentar os efeitos das drogas", disse Alex.
Tudo começou na adolescência quando Amy e as amigas começaram a vomitar compulsivamente tudo o que comiam. Alex conta na entrevista que a falecida cantora e as amigas "colocavam imensos molhos na comida, empurravam tudo para baixo e depois iam vomitar".
As jovens deixaram de o fazer mais tarde, mas Amy não. "Todos sabíamos que ela o fazia mas era impossível fazer alguma coisa, especialmente quando não se falava sobre o assunto", acrescentou o irmão da cantora britânica.
Amy Winehouse morreu em 2011 com 27 anos. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

BULLYING: Nas Escolas. Causa Bulimia e Anorexia. E o pior, alunas podem ter recaídas que levam ao falecimento.

ANOREXIA E BULIMIA 
Os transtornos alimentares mais relevantes em nosso contexto 
sociocultural são a anorexia e a bulimia nervosas. Esses transtornos já são considerados epidemia nas sociedades ocidentais, 
acometendo especialmente mulheres (em 90% dos casos), sobretudo as adolescentes e as adultas jovens. 
A anorexia nervosa se caracteriza pelo pavor descabido e inexplicável que a pessoa tem de engordar, com grave distorção da 
sua imagem corporal. Isto é, mesmo que ela já esteja extremamente magra ou até esquálida, ainda se acha acima do peso e 
fora dos padrões exigidos pelo seu meio sociocultural. Para atingir esse padrão de “beleza” inatingível, a anoréxica se submete a 
regimes alimentares bastante rigorosos e agressivos. A anorexia 
é uma doença grave, de difícil controle, e que pode levar à morte 
por desnutrição, desidratação e outras complicações clínicas. 
Já a bulimia nervosa se caracteriza pela ingestão compulsiva 
e exagerada de alimentos, geralmente muito calóricos, seguida 
por um enorme sentimento de culpa em função dos “excessos” 
cometidos. Na tentativa de “eliminar” os alimentos ingeridos, a 
pessoa bulímica lança mão de diversas ações compensatórias 
(rituais purgativos). Dentre elas estão os vômitos autoinduzidos 
(várias vezes ao dia), abuso de diuréticos, laxantes, enemas, excesso de exercícios físicos e longos períodos de jejum. Tanto os 
episódios de compulsão alimentar quanto os rituais purgatórios 
fogem totalmente ao controle de uma pessoa bulímica.
É importante destacar que a anorexia e a bulimia são patologias que necessitam ser diagnosticadas e tratadas o mais precocemente possível. Porém, não podemos perder de vista que a formação da autoimagem corporal de cada pessoa está fortemente 
influenciada pela maneira como a sociedade “impõe” o que é ter 
um corpo esteticamente apreciável. De mais a mais, as meninas 
(principalmente no início da adolescência) passam por mudanças 
fisiológicas próprias da idade, o que pode ocasionar um ganho de 
peso. Desta forma, muitas sofrem pressões intensas de familiares, amigos e colegas de escola.
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
(...)
Nosso suor sagrado 
É mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem! Selvagem! Selvagem!
(...)
Somos tão jovens...
Tão jovens! Tão jovens!
TEMPO PERDIDO — Renato Russo

BULLYING: PERIGO NAS ESCOLAS
a lei dos mais fortes e o silêncio dos inocentes 



       



BULLYING: 
Mentes perigosas nas escolas
Autora: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva
Editora: Objetiva/Fontanar





  1. O que é bullying?
  2. Quando este fenômeno começou a ser estudado?
  3. Quais são as formas de bullying?
  4. Quais são os principais problemas que uma vítima de bullying pode enfrentar na escola e ao longo da vida?
  5. Existe alguma forma de bullying que seja mais maléfica, ou seja, que pode provocar danos ainda maiores à vítima?
  6. Qual o critério adotado pelos ofensores para a escolha da vítima?
  7. Como podemos perceber quando uma criança ou adolescente está sofrendo bullying? Qual o comportamento típico desses jovens?
  8. E o contrário? O que podemos observar no comportamento de um praticante de bullying?
  9. Crianças que praticam bullying têm, necessariamente, traços de psicopatia?
  10. O bullying existe mais nas escolas públicas ou particulares?
  11. O praticante de bullying é mais “pensador” ou “executor”?
  12. O aluno vítima de bullying normalmente conta aos pais e professores o que está acontecendo?
  13. O fenômeno bullying começa em casa?
  14. Qual o papel da escola para evitar o bullying escolar?
  15. Qual a influência da sociedade atual neste tipo de comportamento?


  1. O que é bullying?
    Ana Beatriz: A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil é utilizada para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância significa dizer que, de forma “natural” os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.
  2. Quando este fenômeno começou a ser estudado?
    Ana Beatriz: O bullying escolar ocorre desde que existe a instituição de ensino. Porém, a partir das décadas de 70-80, passou a ser objeto de estudos científicos nos países escandinavos, em função da violência existente entre estudantes e suas consequências no âmbito escolar. No final de 1982, o norte da Noruega foi palco de um acontecimento dramático, onde três crianças com idade entre 10 e 14 anos se suicidaram por terem sofrido maus-tratos pelos seus colegas de escola. Nesta época, Dan Olweus, pesquisador norueguês, iniciou grandes pesquisas que envolveram alunos de vários níveis escolares, pais e professores, e culminaram em campanhas antibulying em várias partes do mundo.
  3. Quais são as formas de bullying?
    Ana Beatriz: Verbal, físico e material, psicológico e moral, sexual, virtual (ciberbullying).
  4. Quais são os principais problemas que uma vítima de bullying pode enfrentar na escola e ao longo da vida?
    Ana Beatriz: As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, vivências, pré-disposição genética, da forma e intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema.
    Os problemas mais comuns que observo em consultório são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas psíquicos/comportamentais como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas pré-existentes, devido ao tempo prolongado de estresse que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podemos observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.
  5. Existe alguma forma de bullying que seja mais maléfica, ou seja, que pode provocar danos ainda maiores à vítima?
    Ana Beatriz: Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem através de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além da propagação das difamações serem praticamente instantâneas, o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. O ciberbullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público. Os praticantes dessa modalidade de perversidade também se valem do anonimato e, sem qualquer constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível. Os traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos.
  6. Qual o critério adotado pelos ofensores para a escolha da vítima?
    Ana Beatriz: Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder, seja por uma questão socioeconômica, de idade, de porte físico ou até porque numericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas,nerds, muito magras, de credo, raça ou orientação sexual diferentes etc.); este fato por si só já as tornam pessoas com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas. É um ato covarde.
  7. Como podemos perceber quando uma criança ou adolescente está sofrendo bullying? Qual o comportamento típico desses jovens?
    Ana Beatriz: A informação sobre o comportamento de uma vítima deve incluir os diversos ambientes que ela frequenta. Nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da escola se atentem especialmente para os seguintes sinais:

    Na Escola: 
    No recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.

    Em Casa: 
    Frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjôo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente elas não têm amigos ou bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar mais dinheiro que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) com o intuito de faltar às aulas.
  8. E o contrário? O que podemos observar no comportamento de um praticante de bullying?
    Ana Beatriz: Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Perturbam e intimidam por meio de violência física ou psicológica. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio.
    No ambiente doméstico, mantém atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir, falar e se vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.
  9. Crianças que praticam bullying têm, necessariamente, traços de psicopatia?
    Ana Beatriz: Não, porém encontramos uma minoria que apresentam traços psicopáticos. Os bullies, ou seja, os agentes agressores dentro do fenômeno bullying podem ser classificados em diversos grupos:

    1. Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar.
    2. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização pessoal com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os paradigmas domésticos na sociedade.
    3. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças crônicas ou terminais na família. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, passageiro.
    4. E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia. Esses jovens sim apresentam traços marcantes de psicopatia, denominado transtorno da conduta, com desejos mórbidos em ver o outro sofrer.
  10. O bullying existe mais nas escolas públicas ou particulares?
    Ana Beatriz: O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas, que já contam com uma orientação mais padronizada perante os casos (acionamento dos Conselhos Tutelares, Secretarias de Educação etc.). Já nas escolas particulares, os casos tendem a ser abafados, uma vez que eles podem representar um “aspecto negativo” na boa imagem da instituição privada de ensino.
  11. O praticante de bullying é mais “pensador” ou “executor”?
    Ana Beatriz: Na realidade os agressores dentro do fenômeno bullying podem se apresentar das duas formas, ou seja, como o articulador ou como o executor. Em ambos os casos eles são os agentes geradores e propagadores da violência entre os estudantes. No entanto, uma coisa e certa: o bullie “pensador” é bem mais perigoso, pois ele tende a ser maquiavélico, manipulador, dissimulador, mais indiferente. Sua grande covardia está em usar outros estudantes como “soldadinhos” executores de suas maldades, sem que precisem sujar suas mãos ou sua “imagem” perante as autoridades superiores (professores, diretores e pais).
  12. O aluno vítima de bullying normalmente conta aos pais e professores o que está acontecendo?
    Ana Beatriz: As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, dominadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola.
  13. O fenômeno bullying começa em casa?
    Ana Beatriz: Sim, sem dúvida. Para que os filhos possam ser mais empáticos e agir com respeito ao próximo é necessário primeiro rever o que ocorre dentro de casa. Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. O exemplo dentro de casa é fundamental. O ensinamento de ética, solidariedade e altruísmo inicia ainda no berço e se estende para o âmbito escolar, onde as crianças e adolescentes passarão grande parte do seu tempo. 
  14. Qual o papel da escola para evitar o bullying escolar?
    Ana Beatriz: A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é nela que os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. É ali que os alunos deveriam aprender a conviver em grupo, respeitar as diferenças, entender o verdadeiro sentido da tolerância em seus relacionamentos interpessoais, que os norteiam para uma vida ética e responsável. Infelizmente, a instituição escolar é o cenário principal dessa tragédia endêmica, que por omissão ou conivência, facilita a sua disseminação. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, o Conselho Tutelar, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Admitir que o bullying ocorre em 100% das escolas do mundo todo (públicas ou privadas) é o primeiro passo para o sucesso contra essa prática indecorosa. A boa escola não é aquela onde o bullying não ocorre, mas sim a postura proativa e eficaz que ela tem frente ao problema.
  15. Qual a influência da sociedade atual neste tipo de comportamento?
    Ana Beatriz: O individualismo, cultura dos tempos modernos, propiciou essa prática, onde o ter é muito mais valorizado que o ser, com distorções absurdas de valores éticos. Vivemos em tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais. Nesse contexto, a educação tanto no lar quanto na escola se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem parâmetros ou limites. Os pais passaram a ser permissivos em excesso e os filhos cada vez mais exigentes, egocêntricos. As crianças tendem a se comportar em sociedade de acordo com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e sequer se preocupam com as consequências dos seus atos transgressores. Cabe à sociedade como um todo transmitir às novas gerações valores educacionais mais éticos e responsáveis. Afinal, são estes jovens que estão delineando o que a sociedade será daqui em diante. Auxiliá-los e conduzi-los na construção de uma sociedade mais justa e menos violenta, é obrigação de todos.





Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

Médica graduada pela UERJ com pós-graduação em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Honoris Causa pela UniFMU (SP) e Presidente da AEDDA – Associação dos Estudos do Distúrbio do Déficit de Atenção (SP). Diretora da clínica Medicina do Comportamento (RJ), onde faz atendimento aos pacientes e supervisão dos profissionais de sua equipe. Escritora, realiza palestras, conferências, consultorias e entrevistas nos diversos meios de comunicação, sobre variados temas do comportamento humano.

Livros Publicados: 
 Mentes Inquietas - TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade [Publicação revista e ampliada]
 Mentes e Manias: TOC: Transtorno Obsessivo-compulsivo [Publicação revista e ampliada]
 Sorria, você está sendo filmado (em parceria com o publicitário Eduardo Mello) 
 Mentes Insaciáveis: Anorexia, bulimia e compulsão alimentar
 Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado
 Bullying: Mentes perigosas nas escolas 
 Mundo Singular: Entenda o autismo 
 Corações Descontrolados: Ciúmes, raiva e impulsividade 


E-mail: anabeatriz@medicinadocomportamento.com.br